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As Chaves do Reino

O Concílio Vaticano II começou no início dos anos sessenta, mas só em meados da década, com Paulo VI, atingiria a sua mais elevada expressão ecuménica, abrindo janelas, revolucionando costumes, submetendo as regras, até certo ponto, ao primado da fé e do sentimento. Só muito mais tarde ainda, porventura nos anos 80, se falará da Teologia da Libertação, tanto no correctíssimo ideal de se pôr sempre do lado dos pobres, como na sucessão de erros e equívocos bem-intencionados em que se terá deixado capturar. Ora, este romance é dos anos 40. Mais precisamente, de 1941: que o protagonista de As Chaves do Reino seja o comovente Padre Francis Chisholm, cuja vida ilustra a fórmula «Ama e faz o que quiseres» [Santo Agostinho] torna-o, tantos anos antes dessas experiências da história da igreja católica, o precursor contemporâneo de uma ânsia de retorno à autenticidade cristã, a um espírito de fraternidade e a um despojamento, preparado para aceitar e compreender mesmo o mais longínquo, se é que faz sentido crer que «na casa do Pai há muitas moradas.