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Olhos de Cão Azul

O tema central desta coletânea é a morte. Apresentando-se de diversas maneiras, ela é uma presença inevitável, resumo de toda uma experiência de vida que define os personagens. Há histórias de mortos adquirindo consciência da morte, naquela faixa intermediária entre o ser vivo – ainda consciente – e o ser morto – que pretende adquirir consciência como o homem que é “corpo” e “caveira” do conto “A terceira renúncia”. Há, também, vidas que são como mortes, como nos contos “A outra costela da morte” e “Eva está dentro de seu gato”. Essa mesma morte apresenta-se como uma solução para o problema existencial, pois propicia uma plenitude impossível de ser obtida no decorrer da vida, como em “Nabo, o negro que fez esperar os anjos”. Em Olhos de Cão Azul, o autor recria a realidade hispano-americana mágica, inserindo nela o homem contemporâneo com sua problemática existencial, seus enigmas e sonhos. Neste universo móvel e descentrado, ele inventa um espaço para o real e resgata o mundo americano do esquecimento, criando uma literatura autônoma e original1 .

Um excelente exemplar do realismo fantástico